Medo de falar em alemão…ou apenas medo?

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Na minha experiência como professora, observei que há dois tipos de medo nos alunos que os impedem performar como gostariam. O primeiro deles é o medo de falar em alemão, ou seja, eles se sentem ansiosos com o uso oral do que aprenderam. Os motivos podem ser variados: insegurança com o que aprenderam, questionamentos internos se o que aprenderam é o suficiente ou não, perfeccionismo, ou seja, não se permitem errar, ou, muitas vezes, simplesmente a inexperiência com o uso oral da língua. Todos esses fatores citados são motivos legítimos para a insegurança, mas que podem ser vencidos com estratégias simples. A principal delas é o EXERCÍCIO: quanto mais a fala for exercitada, mais segurança se adquire diante do próprio repertório.

  • Use TODAS as oportunidades que tiver para exercitar a oralidade. Seja na sala de aula, seja no supermercado, na farmácia, na recepção do consultório médico (para quem já mora nos países de língua alemã), entre outros. O importante é entender, finalmente, que o aprendizado só virá do exercício. Assim, invista sua energia e tempo em qualquer oportunidade de fala. Cursos de conversação são excelentes formas para se praticar o que foi aprendido e desenvolver vocabulário para melhorar seu repertório. Bate-papo também pode ajudar muito para soltar a fala, mas lembre-se: bate-papo é diferente de curso de conversação, ajuste a sua expectativa 😉

Para combater o perfeccionismo (caso você seja daqueles que só irá sentir-se seguro para falar quando dominar todos os artigos, os casos e as declinações) entenda que: 

  • Você só irá atingir a perfeição por meio do exercício! É muito difícil alcançar o nível desejado na oralidade, sem praticá-la. É falando que você irá perceber onde deve melhorar, é falando que você irá aprender a se corrigir quando esquecer um artigo ou um caso e é falando que você irá memorizar (de vez) a declinação dos adjetivos. Assim, respire fundo e aceite-se. Errando ou não. Pois para atingir a perfeição (ou algo bem próximo disso) é necessário muuuuito exercício. 
  • Se o seu medo é o que os outros irão pensar se você cometer um erro, saiba, primeiramente, que os nativos TAMBÉM erram. E está tudo bem! Reflita: você tem certeza de tudo o que fala na sua própria língua? Você conhece todas as regras gramaticais que há para se conhecer? Você conhece todas as palavras que há para se conhecer e as usa corretamente dentro do contexto? Se você respondeu SIM para todas essas perguntas saiba que só atingiu todo esse conhecimento após MUITO EXERCÍCIO e após ERRAR MUITO. E está tudo bem! Pois é errando/tentando/exercitando que se aprende 🙂 Já no caso de você ter respondido NÃO para algumas das perguntas acima, alegre-se, pois isso é normal e não atrapalha em nada a sua comunicação, não é verdade? Ou você já deixou de fazer amizade com alguém porque não sabia se usaria o verbo “agradecer” como transitivo ou intransitivo? Com certeza não. Conectar-se com as pessoas vem do ato de comunicar-se, simplesmente. A perfeição não é pré-requisito para a comunicação, pelo contrário, muitas vezes, o perfeccionismo só atrapalha. Sendo assim, por que continuar tão apegado a ele? 

Se você já tem consciência de que o seu medo de falar é irracional, ou seja, não tem motivo para existir ou não tem uma origem identificável, quero que você se faça a seguinte pergunta: 

  • Qual a pior coisa que pode acontecer se eu cometer um erro ao falar?

Pense. 

Qual a  PIOR coisa que pode acontecer?  

Talvez a outra pessoa perceba o erro e te corrija. Ótimo. Excelente forma de aprender! Na minha opinião, seremos todos melhores aprendizes quando tivermos a humildade de entender que não podemos saber tudo e que vamos, sim, depender dos outros para aprender. E não há nenhum problema nisso! Gosto de pensar que estamos no mundo para ajudar uns aos outros, seja lá qual forma de ajuda eu precise e o outro precise de mim. Assim, aceite a ajuda, agradeça e continue a sua fala! 

Talvez a pessoa não fale nada e apenas continue te olhando e te ouvindo. E tudo bem também! Ela pode não querer te interromper ou talvez receia que você irá se sentir mal caso seja corrigido. Seja qual for o motivo que o outro teve para não se manifestar, ele demonstrou respeito ao seu processo de aprendizado e priorizou a comunicação em detrimento da perfeição. Uhu! Que ótimo! A comunicação sempre deve estar em primeiro lugar. 

Por fim, pode ser que você tenha medo que a pessoa pense algo ruim de você,  que pense que você não seja inteligente ou que seja incompetente, incapaz. Já aviso que estes casos são raros, mas se acontecer com você sugiro que tenha compaixão e paciência com a pessoa que pensa assim, pois ela tem a necessidade de um aprendizado muito maior e muito mais complexo do que o que você está passando agora. 

Se mesmo após esforçar-se para usar as dicas acima você perceber que seu medo de falar ainda é intenso e te impede de abrir a boca para as frases mais simples, seja em sala de aula em grupo, seja na aula particular, sugiro, nesse caso, procurar ajuda especializada como a terapia. Entendo que muitos dos nossos medos vêm de motivações profundas, escondidas, que precisam ser  trabalhadas. Não deixe seu aprendizado e, consequentemente, sua vida serem bloqueados por crenças limitantes ou pelo medo. Procure ajuda e liberte-se para poder fazer o que quiser! 

Te desejo um aprendizado pleno e feliz!

Liebe Grüße,

Chris

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